domingo, 11 de outubro de 2009

Um clássico da pancadaria

Muitas pessoas acham que Mortal Kombat foi o primeiro game de luta a inaugurar a tendência “violência total associada a gráficos digitalizados” (ou seja, com atores reais interpretando os personagens) e brutalidade em doses cavalares na tela. Na realidade, um pouco antes de Mortal Kombat assumir este reinado, um outro game de luta reinou absoluto neste quesito: Pit Fighter.


Houve uma época em que os games de luta estilo one to one não eram os predominantes no mercado. Pelo contrário: nesta fase pré-Street Fighter II, os maiores clássicos do gênero eram beat-n-ups, ou seja, games onde o herói se desloca por um cenário descendo a porrada em quem aparece pela frente.


Pit Fighter, no entanto, parecia mistura os melhor dos dois estilos de jogo. Sua jogabilidade era de um beat-n-up (com o boneco se deslocando em todas as direções da tela, vertical e horizontalmente) mas os combates eram um contra um (pelo menos no modo single player).

O roteiro do game era bem simples: três desafiantes (Buzz, um westler, Kato, um karateka, e Ty, um kickboxer) resolvem entram em uma competição estilo vale-tudo (tudo mesmo, inclusive cadeiradas, facadas e levar porretada da torcida vândala...) na tentativa de ganhar dinheiro quebrando a cara dos outros. Naquela época, o desemprego já assustava...

Não havia esquema de rounds, como em jogos de luta um contra um. Cada batalha terminava quando o adversário era derrotado e ponto. Para isso, valia até mesmo pisar nele enquanto tentava se levantar, ou arremessá-lo contra a torcida. Ao todo, eram 8 inimigos que se revezavam contra você em 12 rounds.

Outra novidade: caso você jogasse sozinho, teria pela frente um adversário por round. Se um companheiro jogasse ao seu lado, vocês teriam uma dupla pela frente. Caso um terceiro jogador entrasse em cena, seriam três contra três, em uma verdadeira batalha campal. Em tamanha confusão, não era raro você acertar ou ser atingido por seu companheiro de equipe.


Embora muitos critiquem a jogabilidade, Pit Fighter fez enorme sucesso e se tornou febre, não apenas no Brasil. Tanto que ganhou conversões para os principais consoles da época (diga-se de passagem, estas conversões são culpadas por 90% das críticas ao game, pois nenhuma se equiparou ao jogo original, lançado nos fliperamas).

Pit Fighter foi lançado nos arcades em 1990 pela Atari. Nos anos seguintes, ganhou versões para Mega Drive, Super Nintendo, Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, C64, DOS, Game Boy, Lynx, Master System e ZX Spectrum. Até um protótipo para o praticamente falecido Atari 7800 começou a ser desenvolvido (tosco demais...).

Reparem: de todas estas conversões, apenas a do Mega Drive prestava. Apesar de gráficos bem mais simples que os do arcade, a jogabilidade era excelente e todos os rounds do fliper estavam presentes. A do Super Nintendo, muito aguardada, tinha gráficos superiores, mas apenas quatro adversários (dos oito presentes no game original), ou seja, uma piada.

Seja como for, Pit Fighter é um game para quem gosta de pancadaria à moda antiga: nada de combos, defesas ou magias espetaculares. Pelo contrário: distribua porrada em todas as direções, cuidado para não atingir seus companheiros de equipe, jamais se aproxime da torcida e boa diversão!




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